quinta-feira, 7 de maio de 2015

Queda na produção de café, safras 2015 e 2016.

Muito se falava em queda de produção de café, para a safra de 2015, nos últimos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, devido à forte estiagem que tanto castigou e vem castigando nosso estado. Eu Douglas, como técnico extensionista na área da cafeicultura, estive visitando inúmeras propriedades produtoras de café no estado do Espírito Santo, contemplando os municípios de Colatina, São Roque do Canaã, Marilândia, Governador Lindenberg, São Gabriel da Palha, Pancas, Vila Valério, Linhares, São Mateus, Pinheiros e Jaguaré a fim de ver a veracidade destes rumores.
O que constatei foi uma situação pior do que eu imaginava. Durante os meses de setembro de 2014 a maio de 2015, todos os meses ficaram com índices pluviométricos a baixo das médias históricas. Onde dados do INCAPER (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural) mostram, por exemplo, que no mês de abril de 2015 estava sendo esperado uma média que é 80 mm de chuva para estas regiões, mas só choveu 6 mm, ou seja, cerca de 95% a menos do esperado.

Assim sendo, fotos abaixo, do meu arquivo pessoal, tiradas nestas visitas, ilustram muito bem a situação das lavouras que encontrei:
(Pouquíssimo café, parecendo até já terem sido colhidas)
(Grão abortados devido à falta de água.)
(Lavouras com péssima aparência, coloração amarelada, poucas copas, desfolhadas, dando uma produtividade mínima para esta colheita)

Visitando todas estas lavouras, o que se fala são quedas na safra entre 25 até 50%, se comparadas com o ano anterior, pois devido à seca, incidência de pragas como o ácaro vermelho (Oligonychus ilicis), são muito frequentes, deixando a situação das lavouras, mais críticas ainda, como podemos ver na foto abaixo:
Somando tudo isso, teremos altas quedas na produção de café conilon no estado do Espirito Santo neste ano de 2015. E pior, como os reservatórios de agua para irrigação, estão em níveis baixíssimos, além das lavouras estarem bem prejudicadas, atrofiadas, com baixo crescimento e desenvolvimento de copas, a safra do ano de 2016, sem dúvidas, será também muito prejudicada.
Se nos próximos períodos, chuvas vierem a cair sobre estas regiões, os impactos para a próxima safra serão reduzidos. Mas cada dia que passa sem chuva, nos angustia e deixa a situação mais crítica para as safras seguintes e consequentemente o produtor, deixando no ar, a pergunta: O que faremos se assim continuar?