Muito se falava em queda de produção de café, para a safra
de 2015, nos últimos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, devido à forte
estiagem que tanto castigou e vem castigando nosso estado. Eu Douglas, como
técnico extensionista na área da cafeicultura, estive visitando inúmeras
propriedades produtoras de café no estado do Espírito Santo, contemplando os
municípios de Colatina, São Roque do Canaã, Marilândia, Governador Lindenberg,
São Gabriel da Palha, Pancas, Vila Valério, Linhares, São Mateus, Pinheiros e
Jaguaré a fim de ver a veracidade destes rumores.
O que constatei foi uma situação pior do que eu imaginava.
Durante os meses de setembro de 2014 a maio de 2015, todos os meses ficaram com
índices pluviométricos a baixo das médias históricas. Onde dados do INCAPER
(Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural) mostram,
por exemplo, que no mês de abril de 2015 estava sendo esperado uma média que é
80 mm de chuva para estas regiões, mas só choveu 6 mm, ou seja, cerca de 95% a
menos do esperado.
Assim sendo, fotos abaixo, do meu arquivo pessoal, tiradas
nestas visitas, ilustram muito bem a situação das lavouras que encontrei:
(Pouquíssimo café, parecendo até já terem sido colhidas)
(Grão abortados devido à falta de água.)
(Lavouras com péssima aparência, coloração amarelada, poucas
copas, desfolhadas, dando uma produtividade mínima para esta colheita)
Visitando todas estas lavouras, o que se fala são quedas na
safra entre 25 até 50%, se comparadas com o ano anterior, pois devido à seca,
incidência de pragas como o ácaro vermelho (Oligonychus ilicis), são muito frequentes, deixando a
situação das lavouras, mais críticas ainda, como podemos ver na foto abaixo:
Somando tudo isso, teremos altas quedas na produção de café
conilon no estado do Espirito Santo neste ano de 2015. E pior, como os
reservatórios de agua para irrigação, estão em níveis baixíssimos, além das
lavouras estarem bem prejudicadas, atrofiadas, com baixo crescimento e
desenvolvimento de copas, a safra do ano de 2016, sem dúvidas, será também
muito prejudicada.
Se nos próximos períodos, chuvas vierem a cair sobre estas
regiões, os impactos para a próxima safra serão reduzidos. Mas cada dia que
passa sem chuva, nos angustia e deixa a situação mais crítica para as safras
seguintes e consequentemente o produtor, deixando no ar, a pergunta: O que
faremos se assim continuar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário